A Garganta da Serpente

Renaldo Ventura

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Um madrigal

O amor deixa-nos febris
não há nascente ou poente
um sono agitado feito gente

um corpo celeste num suspiro retido
o roçagar da recordação
um escoar de vida a narrar o sucedido

a carne viva de memória
um corpo vivendo entre mundos
a alma recorda incessante a mesma história

laminado pelas linhas da tua tez
desenhar de memória
até que o destino te leve para longe de vez

deste amor de Verão assim despojado
será isto viver
figurante num longinquo bailado

num fulgor a ditosa consternação
o desamparo
arrastado em turbilhão

perpetuado maquinalmente
em páginas e páginas
quem sofre assim ,não ilude ,não mente

um gesto ma recorde
uma arma me acorde
um efeito contra - indicado me leve
e tudo termina .

Mas nunca, nunca, deixarás de ser ...
a minha menina.


(Renaldo Ventura)


voltar última atualização: 05/11/2003
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