Aos pedaços
A alma vaga pela rua escura
A dor afugenta as palavras de minha boca
Onde deixei minha cabeça?
Talvez tenha deixado na tua cama,
Ao lado da roupa suja.
Já não ouço a alma murmurar,
Seus lamentos já não me abalam mais...
Tento ascender um cigarro, a dor não deixa,
Não tenho boca.
Sentada na calçada, as lembranças se contorcem,
penetram, atormentam, ferem minha mente.
Maldição! Onde está meu corpo!?
Devo te-lo deixado no calor de teus lençóis...
Não enxergo nada... nesta rua escura, meus olhos ficaram
Cravados no teu corpo, horrorizados com suas palavras...
A garganta seca, a respiração ofegante...
A alma vaga pela rua escura,
Aos poucos a dor cumpre sua missão: - Matar-me ...
Mas não me importo, estou praticamente em pedaços...
(25.04.2001)
(Renata Lugli)
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