A Garganta da Serpente

Renato Pacheco

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Dentro de um terno de separação

Dentro de um terno de separação
As bocas corriam sobre as superfícies
Não delimitadas pelas
Coisas que não acontecem
Eu sei tudo parece tão confuso
Mas quem consegue respirar
Assim
Eu sei mas quem consegue
Eu tive um terno marinho
E todas as cores desbotam-se
Eu sei, não fique assim
O azul é mutável
Molda tua boca quando se fecha
O céu da boca se posta estrelado
Eu sei não fique assim
Não me entenda mal
Eu tenho coisas azuis pra fazer
Não prendo nada mais
Meu azul é todo teu
Terno e tenro azul pra ti
Eu sei, não entenda mal
Eu não desboto fácil
Não deixo o sal sozinho
Sentindo um frio desnecessário
Eu tenho mãos e elas são azuis
Lembrando pequenas dimensões
Nos quartos que dormimos
Eu tenho carinhos que guardo
Somente quando me debruço sobre tua calma
Deixe-me cair sobre toda tua pele
Sentir a calma que preciso
Eu sou azul e não desboto
Deixe-me adormecer aqui


(Renato Pacheco)


voltar última atualização: 02/07/2008
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