A Garganta da Serpente

Renatto Bretas

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AUSENTE PRESENTE

Há um ausente presente
Há um ausente que sente
Há um ausente no meio de tanta gente
Há um ausente.

Em plena eternidade a vaidade
Não passa de pó
Como átomos de uma estátua fria.

Há um dia presente assim ausente de um anjo torto.
E viva o povo escrito nas mãos de Alécio, palavras negras como café.
E agora José?
José e agora?
Há um ausente presente entre nós
Há um ausente escrevendo essa voz
Há um ausente presente na saudade
Há um ausente presente buscando a felicidade
Há um ausente presente na multidão
Há um ausente presente no meu coração
Há um ausente presente cantando aquela nossa canção
Há um ausente presente na sinfonia da solidão.

A tua ausência presente num vazio então
Num futuro sonhando em vão.
O abandono não tem dono, ausente presente...
...Grão de areia na beira da ilusão.
Assim como um vendedor de flores comprando um jardim
Presente, ausente dos canteiros plantados nas framboesas.


(Renatto Bretas)


voltar última atualização: 10/05/2007
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