At the cigar smoke
Não tenho nada que fazer;
Tudo se tornou um deserto africano.
Só que eu sinto frio,
De uma solidão citadina
Que se tornou num deserto,
Que nasce e não se vê,
Que está no interior de cada um de nós
E que se expande ao ritmo da taxa de natalidade.
Estou no escuro.
Parece-me bem
Não sei o porque,
Mas sinto-me bem assim:
Calado, quieto,
Tentando não pensar,
Tentando ser eu.
O que sou?, o que vou ser?...
Perguntas estúpidas
Olha p'ró espelho e vê!
É silencio lá fora;
Aqui ouço a música
(Apenas ondas com a frequência designada),
E fico a pensar:
O que eu tenho a ver com isso?
Hoje em dia eu tenho a ver com isso...
E não consigo parar de pensar,
Sentir e pensar
Repetições das mesmas coisas sempre novas
Deja vus do quotidiano
Do meu quotidiano.
E ás vezes porque sofro?
Intrigada está minha mente
Confusa se sente, como eu
E não sei quem sou eu.
O que sou?, o que vou ser?...
Perguntas estúpidas
Olha p'ró espelho e vê!
(Ricardo Teixeira)
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