No Cabaré-Verde às cinco horas da tarde
Depois de oito dias, larguei as botinas
Pelo caminho. Eu entrei em Charleroi.
- No Cabaré-Verde: pedi torradas finas,
Manteiga e presunto, que é frio o lugar.
Feliz, estiquei as pernas sob a mesa
Verde: e contemplei os toscos motivos
Da tapeçaria. - E foi uma beleza
Quando a vi, enormes tetas, olhos vivos,
É ela! Não é um beijo que a apavora!
Risonha, trouxe a refeição na hora,
O presunto tostado, num belo prato,
O presunto róseo e branco perfumado
Pelo alho - e encheu-me o copo ávido
De espuma brilhante como um raio de sol.
(outubro de 1870)
(Jean Arthur Rimbaud)
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