A Garganta da Serpente

Roberta Tostes Daniel

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Nos pés da moça

Sou os pés da moça
Que corre(m)
Sem saber pra onde.
Eu também corro,
Só que inerte,
Sou toda sentimento.
Subo os degraus da Jornada,
Patino nas pistas do Prazer,
Chutando, por acidente,
Um momento decisivo.
Vou, volto
Pra onde nunca fui;
Sinto apertar o couro da vida.
Repito os mesmos passos,
Fujo do que não tem saída.
De labirinto a labirinto,
Solto as tiras da minha mágoa;
Alcançam-me pontes,
Escarpadas, planícies,
Banha-me o rio Lágrima.
Tropeço outra vez no Querer,
Vou trotando, meio trôpega,
Até a próxima saída.
Salto duas,
Três dificuldades.
Meu salto se quebra,
Minha alma se equilibra,
Passeio, enfim,
Pela Terra Firme da Maturidade.


(Roberta Tostes Daniel)


voltar última atualização: 19/02/2007
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