sem nome
repasso meus deveres pra terceiros, já extintos,
testas-de-ferro da minha insensatez.
confundo-me com ócio, descaso
casamento de burguês
interesses, vitrines, nomes a zelar,
e sem zelo a vida toda inibe o vento.
sangrando, sangrado martírio
na esperança do vento.
um tempo morto de desejos solenes
esquecidos num corredor, numa estante,
instante débil de aparições decimais.
suas frações são lábios perpassados de esquecimentos
que eu purgo com o tempo de um beijo
que não volta mais...
(Roberta Tostes Daniel)
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