O FEL DE MEL
Ao sair da sala de projeção
Fiquei pensando no sofrimento para rasgar o véu
O Cristo deveras sofreras tanto
Ou foi apenas o fel de Mel?
Ainda atordoado caminho a esmo
Divagando sobre cenas do filme prolixo
Os sofrimentos do Cristo já havia imaginado
Mas em nenhum momento, visto.
Violência exagerada, infundada, infundada?
Inevitavelmente consternou-me sem pudor
Causando-me um misto de alegria, êxtase e pavor.
O raquitismo da mensagem preciso decodificar
E parar de imaginar que Maria aos pés da cruz ainda grita
Não foram só os soldados que mataram Jesus. Também nós
e os semitas.
(Roberto Mauro Thomaz)
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