O Verme
Comerei tua carne!
Sugarei tua essência para meu corpo,
Te levarei para dimensões malditas e santas,
Serei o teu maior pesadelo...
Sou a simbiose infinita
De tuas lembranças imemoriais.
Sou teu arfar de saudade,
Sou teus erros,
Sou teus "ais".
Comerei os teus olhos,
E não verás horizontes de esperanças!
Vou despojar tua nudez de tua carne
E contemplarei a tua maior fraqueza.
E direi:
"Oh, criatura, erma, de morta beleza!"
Então, no fim, vencerei,
Como o verme que espreita na terra
Com os dons da paciência e da sutileza.
(Romulo Narducci)
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