A Garganta da Serpente

Romulo Narducci

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Loucuras de Um Pobre Poeta

Quantas e quantas vezes pisado,
cuspido, escarrado, discriminado.
E nem se dão conta das viagens
em que parti no "martelo agalopado".
Eu vi os olhos brilharem no meio da multidão,
vi os dias que se passaram como um raio
e os dias amargos que virão.
Não sou visionário, não sou profeta...
Quem me seguir será apedrejado
nas esquinas turvas do amor e da paixão.

Já provei da maçã do pecado,
já consumi o corpo de Cristo,
no meu templo empoeirado,
fui salvo em um breve momento.
No dia seguinte,
estava eu novamente comendo da maçã...

Quantas e quantas vezes apontado,
tal como louco com idéias loucas,
por não aceitar, assim, o estado das coisas
flutuando diante de meus olhos míopes cansados.
Sou pobre, mas minha fome de vitória, quase nula,
é voraz.
Ha, ha, ha, ha, ha, ha!!!
Eu e meu mocambo de idéias mal formuladas,
mal trabalhadas, incompreendidas
como sombras inacabadas...
O que faço, apenas por fazer,
faço não por mim, não pelo mundo e nem por você.
Faço porque sou louco,
faço porque sou pobre.
Porque os pobres de matéria e de espírito
são ricos nos versos de agouro.


(Romulo Narducci)


voltar última atualização: 26/07/2007
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