Indigestão
Semi-deus dos copos,
Dos gostos, desfragmentados,
Diversos. Torpe e flácido
Fantasma de alcova.
Rituais não contemplados,
Fugaz e repulsivo;
No final da noite
O sol sempre se levanta.
Gosto de sangue, ânsia
De vômito das palavras
Engolidas e mal digeridas.
Ruminante caminhante
Da insensatez e do desprezo
Da própria sombra.
Ingloriosas lutas
Jamais travadas.
Amargo fel, transparente,
Furtacor. A morte tenta
Devorar: Má-digestão!
Corre para o banheiro
Do botequim e vomita
Num vaso sanitário.
Depois: dá descarga
De volta para a vida!
(Romulo Narducci)
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