A Garganta da Serpente

.Røså.

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Deriva

Nesse mar de desesperança,
Conduzimos nossos medos de modo contrário à brisa,
Para provar que ainda sentimos, que ainda somos fortes.
Afago teus sentidos com a aspereza de dores que se dividem -
Amor e medo, coragem e sorte.
Poesia pura e concentrada,
Diluída ao longo de dias cinzas,
Com água e sal, de lágrima ou oceano.

Presencio teus sorrisos breves,
E me dás o carinho que consegues expressar,
Confio-te páginas, de colagem e tinta,
De tristezas e sonhos,
Em troca tenho teus olhos de criança,
Teus ouvidos de espera,
E teus lábios que se contraem em meridianos.

Nesse mar de desesperança,
É tua mão que me guia,
São teus olhos que ordenam minhas letras,
Espalhas as linhas em teus dias,
E, por vezes, me dá teus olhos de orvalho,
Que são poucos e de poucos usos,
E me dá um amor puro,
Com cheiro de canela e seda,
E deixamos à deriva todos os medos,
E somos frágeis como barcos de papel,
Sabendo que a desesperança vai e vem,
E ficamos mareados de poesia pra curar a dor.


(.Røså.)


voltar última atualização: 19/04/2007
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