SOBRE O FIM DO AMOR
perdão, poeta,
mas amor não finda...
emudece,
adormece,
mas não desaparece...
[um cheiro,
um dezembro,
até mesmo uma buzina...
azul de inverno,
pôr-do-sol,
uma fria chuva fina...]
já não grita,
não transpira,
não dói
nem rói...
mas invade devaneios,
sonhos desprevenidos,
em detalhes quase esquecidos...
perdão, poeta,
mas amor não finda...
emudece,
adormece,
mas não desaparece:
p e r m a n e c e . . .
(Rosane Coelho)
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