O Pão do Pecado
Sem herança de sonhos conquistados, solucionados, sequer vislumbrados,
resolvi entregar meus dias para algo que ainda desentendia.
Não posso vê-lo, porque peco em mim por ti, e segundo acusação
implícita, o inferno arde a minha espera.
Fujo de ti, não por temor ao fogo endiabrado que dizem, aguarda-me, mas
por saber que viestes de tal perdição, que somente esta tua fé
na hora exata te salvou.
Não irei eu usurpar de tua mente o céu dourado, donde querubins
alados, te juravam salvação.
Que deste querer somente eu seja a penitente.
Fiz-me fornalha e de trigo e fermento, fizestes o pão de minha perdição,
que agora degusto como herege solitária para que te olhando, não
venhas a te tornares pagão.
(Rose Stteffen)
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