A Praça Pública
Dão gargalhadas as moscas da consciência
E imperiosa lá reina a sociedade,
À lei batem palmas como penitência,
Onde as mentiras não são mais que a verdade
No pedestal Deus permaneceu silencioso,
Ficam sem destino as vozes amedrontadas,
Agradecendo as palmas ao público caridoso,
Viva os bichos, e as focas amestradas!
Discurso sem nexo e sem noção,
A Praça rejubila com ar de troça,
Arrancam-me a alma e pedem-me o coração
Todos, e por ninguém bato-me,
Eu sou louca e mentirosa,
E na água suja lavo-me!
(Sandra Araújo)
|