A Garganta da Serpente

Sandra Silva

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BASTIDORES

Minhas sinas e rimas nada mais declaram.
Repertório cíclico quando jaz o discurso:
                                                    [direto? indireto?
A ambigüidade é loquaz quando a ignorância é ouvido.
O argumento em mim é indiferente aos lobos
                                                    [- louca diferença!
Essa, a tênue linha entre o querer e Poder
                                                    [e o poder sem Querer.
Por detrás das cortinas, sou a platéia dos vis (covis)
Sou a visão obtusa dos que ousam ser Hamlet
                                                    [nos palcos da vida.
A segregação que constrói o mito, também diz-lhe
Que é hora de sair de cena (mas nada de trocar o script)
Forma-se, então, o comboio mirim, atemporal até o último ato.
Essa, a procissão mórbida e faminta de sonhos.
Essa, a caravana fiel que cala os cães quando ladram aos lobos
E que, no depois do depois, será o aplauso final.
- Caiam as cortinas de ferro! Ergam-se as cortinas de seda.
Afinal, nós também temos direito ao show!
(ainda que de mordaça à boca!)


(Sandra Silva)


voltar última atualização: 10/07/2009
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