A Garganta da Serpente

Sandro Kretus

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A mosca e a mortália

Em puro mármore deitou-se suavemente
colocando suas mão pálidas por entre a mortalha
se fez um radioso brilho exuberante em volta da rosa
luminosa e delicada, que escondida, brilhava mais
que a luz debaixo das rendas bordadas
o silêncio veio ao encontro da mosca
que o tempo todo a rodeava, e naquela intensa e clara luz
flutuava, porem lentamente se apagava
ao apagar-se inteiramente, o radioso brilho ali presente
despediu-se, e a mosca com a visão ofuscada, adentrou
por debaixo das rendas bordadas, pousando na rosa desabrochada
desesperada, tentava encontrar aquela luz, que subitamente se dispersara
convencida de assim tê-la perdido, se pôs a chorar
deixando cair uma lágrima quadriculada
e na sinfonia póstuma que ali se anunciava, a pequena mosca
então sorriu, ao ver as chamas das velas enfileiradas
e assim, deitada ao perfume da bela rosa
ambas adormeceram iluminadas.


(Sandro Kretus)


voltar última atualização: 16/03/2008
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