A Garganta da Serpente

Sé de Oliveira

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CRÔNICA SOBRE O DESERTO DIÁRIO

Eclodem
- em cada esquina de periferia
E ao anoitecer do dia -

Toques de recolher
Que põem hiatos
No cotidiano querer
De almas humildes: renitentes ermidas!

Na plenitude do sol a pino,
Cilindros de fogo
Que esgarçam o horizonte

- ao serem deflagrados -
Operam uma metamorfose:
Transformam os arco-íris de vida
Em miríades da execrável necrópole!

Orgias de alucinógenos cooptam,
Com o seu orvalho,
Sentinelas e abocanham,
Usando suas peçonhentas mandíbulas,
Numerosas presas:
As engrenagens da violência
Cobrem de ouro e fragrâncias de opulência
A realeza da mais valia facínora, horrenda vivenda!


(Sé de Oliveira)


voltar última atualização: 26/10/2010
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