A Garganta da Serpente

Selma Amaral Barbosa Leite

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Utopia

Às vezes penso
que queria ter poder,
mas um poder tão grande
capaz de mudar o mundo!

Tudo seria diferente na Terra...

As flores jamais murchariam,
o céu nunca ficaria nublado,
a lua seria sempre cheia,
os rios não secariam,
a chuva em tempo algum causaria danos,
a seca não atacaria o sertanejo,
os animais seriam todos amigos do homem,
o vento não passaria de brisa,
o relâmpago não viria acompanhado do trovão.

Não existiriam pobres nem ricos,
negros nem brancos,
gordos nem magros,
feios nem bonitos,
inteligentes nem incapazes,
existiriam apenas homens e mulheres,
iguais,
nem inferiores nem superiores,
mas filhos de Deus!

Não permitiria a fome,
a miséria,
a discriminação,
a dor,
a infelicidade,
a morte!

Encheria o mundo de vida,
alegria,
sorrisos,
igualdade,
justiça,
felicidade
e fraternidade!

Utopia... Pura utopia!

Melhor assim...
Que bom que não tenho poder algum!
Pois se agisse da forma como idealizei,
levaria o mundo à bancarrota.

Nada acontece por acaso
e se as coisas são como são,
se existem exatamente dessa forma,
há uma razão para isso.

Afinal, Deus em sua sabedoria e onipotência,
toma conhecimento de tudo o que acontece
antes mesmo do fato consumado.
E se o mundo não é cheio de paz,
e as pessoas repletas de
tranqüilidade e sabedoria,
é porque nos foi dado algo chamado
livre arbítrio,
portanto, somos responsáveis
por nossos atos e suas conseqüências.

Desejar "consertar" o mundo,
além de ser uma presunção desmedida,
fez-me enxergar minha pequenez
e ingenuidade!

Nosso planeta é Terra de expiações e provas,
não poderia ser diferente.
Sejamos sábios e coerentes...
Só assim poderemos sonhar
em vislumbrar um mundo de luz!


(Selma Amaral Barbosa Leite)


voltar última atualização: 06/04/2004
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