Tu
Sinto-te no cheiro a flores do olhar,
No cair rasgado de lágrimas de chuva,
De sonhos sussurrados na noite branca..
E enquanto dormes,
Esculpo-te o vazio em azul,
Em estrelas de luz,
Em suaves roçares de borboletas,
Pois gosto quando o mundo
Se purifica de curtas manhãs
E me beijas
Entre um e outro repenicar de salivas..
Agora,
Para sempre,
Devolvo-te mãos pálidas repletas
De flores caidas no regaço de pequenos nadas
Onde se abriram palavras e carícias molhadas..
(28/X/2004)
(Sete-Luas)
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