A Garganta da Serpente
este autor está sendo procurado - saiba mais

Sete-Luas

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Já passa das sete

Já passa das sete e o telemóvel não toca.
O tempo
Ficou sem gestos desmaiados no cheiro da pele macia,
Sem palavras pujadas nas paredes manchadas de odores,
Sem música sincronizada de pianos, de violinos, de flautas..
Ficou sem vazios fechados na saudade rugosa dos lábios,
Sem silêncios selados nas lágrimas brancas de cristal,
Sem espirais de fumo em formas de morangos..

Já passa das sete e o ponteiro transparente das clepsidras não se move.
Pararam para viver um instante de prazer que viveu num passado irrepetível
E, no entanto,
Os segundos não conheceram em qualquer momento do olhar uma pausa
Para que continuassem a fazer o que lhes é destinado:
Caminhar sempre em frente num mesmo compasso irritante no ouvido calado..

Já passa das sete e nem uma brisa me toca..

(11/XI/2004)


(Sete-Luas)


voltar última atualização: 17/01/2005
6358 visitas desde 01/07/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente