A Garganta da Serpente

Silvia Chueire

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Gostava às vezes de ser outra.
Outra mulher a sussurrar sem medo
Gostava de ser uma, assim, calma, paciente.
Que levasse a vida devagar, sem agonia .
Assim, como quem não sente .

Gostava de ser outra a descansar,
Tranqüila ...
Consciência em paz, sossegada ,
De quem não se atira à vida .
Uma assim que não sofresse,
Não parasse, prá pensar...
Não se arrependesse .

Mas não . Tenho o espírito
Em constante reboliço .
Sempre perguntando o porque
De tudo isso.
Ora apaixonada,
Ora em desgraça,
Ora alegre,triste,irada.
Danço e brigo,
Vou e volto .

Gostava bem de ser outra,
Às vezes ...
(A poesia me abandonava ?)

Rio (noite alta), 03/03/2000


(Silvia Chueire)


voltar última atualização: 30/10/2000
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