Eu, você
Vejo-me no veludo lúbrico do teu olhar:
Massa informe de desejos,
Antena captando teus anseios,
Bailarina a dançar no teu amor...
Tenho visões estranhas,
Sou cigana de Andaluzia,
Quando na tua salgada pele fria,
Revelo, com minha mão ardente,
O calor que sob ela logo se desprende.
Sou como a louca que na tarde fria,
Sai pelas ruas a gritar a triste poesia
Que incontrolável de sua garganta se desprende.
Tenho prazeres, dores _ grito sem temores,
Tenho em mim ternura e amores.
Não sou de gelo, preciso dar-te meus desvelos.
(Simone Santana)
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