A Garganta da Serpente

Sofia Beliatto

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Cenário

Corpus nus,
roupas espalhadas pelo chão,
vela derretida,
anticoncepcional à vista,
acasalamento a sós...

A velha poesia sem métrica,
sem estilo, sem porra nenhuma,
aguarda para dar à luz.
Só o desejo incontrolável permanece.

Desejo te ver morrer
de saudade, de remorso,
de bater o carro,
de doença incurável.
Qualquer morte que te mate!

É chegada a hora do parto:
prematuro, inseguro, rejeitado;
um aborto espontâneo.


(Sofia Beliatto)


voltar última atualização: 24/01/2008
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