A Garganta da Serpente

Solange Firmino

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Inverno

O vento do outono
abraça a nova estação,
que chega com sua
ordem de recolhimento.

Como num rito,
novos rumos se fazem
no casulo dos dias
à espera dos ciclos
das estações.

No rastro das névoas,
os sonhos não nascidos
escondem-se.
A vida lateja no
cortejo de idéias submersas.

Palavras extremas
aguardam o movimento
de fuga no vento,
ninho das idéias.

Há um poema intacto
no caminho do tempo
que aguarda o inverno,
mas só renascerei
na primavera.


(Solange Firmino)


voltar última atualização: 14/03/2006
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