Silêncio nos objetos.
Meu filho se recolhe
em sono novo,
sem fantasmas nos poros.
Sentidos serenos,
sem traços de saudades,
prosseguem,
ignoram segredos,
atentos, fechados
aos dúbios fragmentos
de deuses, homens, sonhos.
Espanto-me.
O que nele é infinito e belo?
Essência, enigma
nascido de mim...
Quero mostrar-lhe o mundo.
Não esse, de desamor
e sofrimento.
Minto.
Que há de legado,
senão essas sombras reunidas?
Chuva, sol, hora, tempo,
mãe, poesia, coração.
Vida.
Amor.
(Solange Firmino)
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