A Garganta da Serpente

Solyen Davö

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ELA, ELE OU NÓS?

Quem é a prostituta?
A mulher decaída,
sem sonhos a mais?
Ou outrora a menina,
de sonhos pequenos,
de família decente?
Na cama o cliente,
amar indecente,
nos lábios ardentes,
O vazio imprudente!
Quem se prostitui?
A mulher na esquina,
com a bolsa na mão...
No corpo a nudez
Que esconde o roupão?
Não... Prostitutos são eles!
Covardes! Cretinos!
Só machos... Não homens!
Que no corpo que os espera
Só enxergam
O depósito de esperma!
Prostituta é a sociedade surda,
que se amarra na mordaça,
que cultiva pré-conceitos
E sonhos despedaçam!
Prostitutos somos nós!
Que nos vendemos barato,
os desejos alquebrados,
sem cobrar um só ato...
Como bois algemados,
guiados por um cavalo,
que traz montado em si,
um simples e reles vassalo!

(Parte integrante da peça Reflexos de uma Sociedade, 2002)


(Solyen Davö)


voltar última atualização: 29/09/2005
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