Anjo
Sobre a lápide o anjo vergastado pela intempérie
e o tempo, tem os olhos fechados e sujos e a
boca outrora cândida, agora é um ricto lascivo.
E observa pasmo as destemperanças do homem
que em sua ânsia de viver mais e melhor acaba
espoliado do espírito, expulso do eterno, e
tolamente deitado com os vermes da caverna escura.
(Sônia Cardoso)
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