Downtown
a cidade articulada
trêmula
as buzinas despertam.
o coração sozinho
fortuito
aceita o monóxido a ser compreendido.
meninas de olhos claros passam
meninos de sentido branco
- conheço-lhes o dorso negro.
ruas
não me esperem
muros
me aceitem!
em vocês meu acordo é com os
fios velhos e o lixo.
sons disparam
sombras aceitam algo que aqui queima.
o rosto é só um perdido para uma função nas árvores.
enormes, inauditos e feridos casos
que andam sem as pedras da história
o senso que ainda é óbvio
esquece a matéria e o riso
do qual a cidade é feita.
(S. Ribeiro)
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