A Garganta da Serpente

Stéphen Dédalus

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Versos Perversos II

Rostos rotos, senhor dos esgotos, flores do mal. Deus indigesto, adeus sem gestos, ser da terra o cio iluminar as trevas para o juízo final. Alma insípida, luta inglória, meu nome anônimo sujando a face angelical da história. Restos rotos, senhor dos abortos, párias paridos pelo desgosto, banquete de ratos ratificando, retificando a dor de ser perfeito, de trazer no peito um povo de mortalha. De trazer na alma muralhas, navalhas, batalhas que não travei. Lá não sou bem-vindo. Lá não sou amigo do rei.


(Stéphen Dédalus)


voltar última atualização: 09/06/2002
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