mundo inteiro me cai diante dos olhos
e cada vez mais a certeza me aflige
que não sou desse lugar...
não sou desse meio...
o que diabos estou a fazer aqui?
cada dia que tento me concertar
me inserir nesse meio hostil
eu vejo que não encaixo
não enquadro
a mente destoa da gente...
passo por passo meus horizontes se aproximam
e antes de atingi-los se desfazem
insisto em ver um novo alvo
mas então me dou conta que é só um outro ângulo
e lá estou eu diante de noites insones e estrelas mortas
ainda persisto no que não sei ser erro
pois a esperança, amarga, ainda vinga a prisão por Pandora
e enquanto procuro palavras que sugiram
outros mostram sua falsa nudez e atingem - estrelas cadentes
o que me resta nessa esfera agonizante eu não mais procuro
láudano para adormecer
tília para acalmar
artemísia para curar
absinto e um abraço para esquecer
absinto e um abraço para não relutar
absinto e um abraço para ser
absinto e láudano para juntos adormecer...
(Succubus)
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