Ininterrupto
À beira da dor pungente,
alegra o frio constante
em um ferro quente
tradicional.
Com medo de capengar,
canalha causa dramalhão
num canto de embolada
fatídica.
Se não bastasse o sono cru,
embola de vez a maré
numa marinhagem robô
enferrujada.
Como se todo veneno
não fosse ainda o suficiente
ainda insiste o entulho em suas
construções.
Na busca da satisfação
de um desejo constante
o carisma ilegal impera
deslizante.
Num governo de entrelinhas
sem parâmetro de honestidade
um lençol desconexo se
estende.
Não recomeça o choro,
ele apenas perdura.
Não tem lembrete,
apenas o que há de ser.
Sempre apenas o que sempre foi.
Ininterrupto.
(Swany Cristini)
|