Onipotência
Desejo encontrar o topo do mundo,
Como os poetas de mármore fazem.
Adormecer em um sono profundo
E achar o lugar d'onde as almas trazem
A embriaguez d'um palato imundo
Antes mesmo que as rimas acabem
- Como o calor criativo oriundo
Dos dedos das mãos - e os gritos apaguem.
Do verso estóico dos parnasianos,
D'um ultra-romântico a sordidez,
Quero a experiência de muitos anos
E a dor lacônica da perfidez.
Faz-me poetisa a arte dos bordéis;
Musa do Paros, amor dos cinzéis.
(Tainã Nalon)
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