A Garganta da Serpente

Tatiane Gorska

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Águas essenciais

Não sei se o tempo me acontece, ou se aconteço na sucessão dos dias.
Em noites de lua cheia costumo dar uivos, junto-me aos lobos.
Nas manhãs de abril, visto-me em arrependimentos. Ungida por defesas ando nos roxos, viuvando conformidades em respeitoso pranto, por cada cristão, no interior de mim - falecido.
Nunca sei minha meteorologia, mesmo em dias de sol... incorro em chover.
Enunciam:
- Tristeza e depressão... emoções não estáveis.
Contradigo a afirmação:
- Descarrego de fardos, cumulação de nuvens, angústia de densidades.
Chovo:
Por descontentamentos.
Por desempatias.
Pode ser... pode até sequer ser.
Não me importam as causas, não busco conhecer verdades.
Singelamente chovo!

Chovo-me por desesperada indigência.

(Tatiane Gorska)


voltar última atualização: 09/10/2008
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