A Garganta da Serpente

Tekasouza

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FALANDO DE SAUDADES

Saudade doída é não saber,
se ainda pensas em mim,
e se, quando pensas,
a saudade faz doer...
Ou é sempre sem querer,
que te chego na lembrança,
e tu, como criança,
colhes uma margarida,
despetalas uma-a-uma,
feito laboriosa formiga,
brincas de bem-me-quer,
como um brinquedo qualquer...
Mas como nada queres,
além de trasguear,
escreves mais um poema,
insinuas que sou o tema,
e eu, feito meretriz,
quase chego a ser feliz,
acredito que foi por um triz,
que quase me fiz amar...
Penso que não foi desta vez,
quem sabe um dia, talvez...
E assim contento-me com pouco,
vivendo deste amor louco,
de engano em engano,
o ano descerra o pano,
absintada e insanamente,
continuo a ler teus versos,
deles faço meu universo,
pensando que sou a musa,
obtusa, alma confusa,
continuo a esperar,
que algum dia, nalgum lugar,
venhas de amor me falar...

(12/12/2003)


(Tekasouza)


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