A Garganta da Serpente

Tereza Carrera

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Esperando Por Ti

Ainda que eu carregue pela vida
as nódoas indeléveis do passado
transmudando as lágrimas que derramo
em sorrisos, para driblar meu pranto e,
pregue a esperança para iludir o desencanto,
ainda assim, trago-te dentro de mim
Ainda que nunca venhas a procurar-me
e eu nunca consiga encontrar-te e,
a curiosidade fugaz passe sorrateira por nós
e se o destino confundir nossos caminhos
num intrincado labirinto, ainda assim
estarei a cada entardecer, esperando por ti.
Ainda que esmaeça a luz dos meus olhos
e ensurdeça a minha audição
e a tua ausência seja definitiva em minha existência,
ainda assim, estarás sempre em mim.
Basta-me os rumores da tua voz, repetidos a exaustão,
a servir de bálsamo ao meu pobre coração.
E mesmo que da vida eu nada espere
que o sol me abrase e o frio meu sangue regele
que eu assista o vento do outono
carregando as folhas ressequidas dos meus sonhos,
ainda assim, estarei aqui esperando por ti.
Nunca estarás tão longe que o meu pensamento não te alcance,
nada apagará da minha memória, a tua doce lembrança.
Nada impedirá a minha palavra de procurar-te,
e, se a ira de Deus transformar-me numa estrela exilada,
ainda assim, estarei em algum lugar da galáxia, esperando por ti.


(Tereza Carrera)


voltar última atualização: 14/11/2008
11506 visitas desde 13/06/2007

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente