Aves de Arribação
Minhas palavras são rimas nuas,
Cascatas de sonhos, folhas soltas
Pelos caminhos que vais passar.
São frases dispersas e desorientadas,
Procurando as tuas mãos encontrar.
Minhas palavras são ternuras semeadas
Luz que alumia o chão da tua estrada...
Fantasias de uma ilusão, euforias do coração...
Aceita-as do jeito que são...
Sombra de um prazer antigo,
De carinhos nunca vividos,
Fascínio e paixão de um desejo quase vão...
Minhas palavras são estrelas errantes,
Vaga-lumes viajantes do infinito,
São devaneios da imaginação
Nas madrugadas insones da tua ausência.
Através delas te entrego o meu coração,
E muito da minha alma...
Minhas palavras em versos pobres
E rimas desconsertadas, são aves de arribação,
Impossível aprisioná-las à minha solidão.
Solto-as ao vento na imorredoura esperança,
Que ao final de tamanha peregrinação,
Possam elas encontrar abrigo,
No doce aconchego das tuas mãos...
(Tereza Carrera)
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