CELA
À luz da experiência canto um sonho,
Divago entre o pálido tecto que me sobrepõe.
Dou corpo às palavras que em tom tristonho
Flutuam como sombras imersas num tempo que as compõe.
Renascem vontades e desejos de ir mais além,
De correr a vida para lá destas quatro paredes...
A tristeza em meu corpo tornou-se demais,
Preciso fugir, sair daqui e me libertar.
À luz deste incógnito vazio,
Preencho cada reminiscência
Que por incompleto em mim ficou...
Revogo a palavra que à ciência
Um novo corpo visivelmente tomou,
E ganhou voz...
Sinto.
(The Angel)
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