Cópula
Enquanto rompes este fino véu
que sempre oculta os teus seios nevados,
entre estes teus lençóis emaranhados
noto as formas louçãs do corpo teu...
a arfar sôfrego em pulsos desregrados,
teu peito, fustigado pelo meu,
movidos por mil beijos delicados,
mostra-me a clara imensidão do céu!
Pois quando então empregas com lisura
tão lúbrica afeição, tanta brandura
ao teu olhar, à tua meiga voz:
nas asas deste Amor que nos enleva,
do leito ao Céu minha alma vil se eleva
ouvindo anjos cantarem sobre nós.
(Thiago Amorim)
|