A Garganta da Serpente

Tiago Don

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Tornei-me

Fiz o podre,irmão meu
Nada nobre,e pegajoso
Não era nobre,mas era eu
Então,enfim tornei-me nojo

Prometi não morrer,não sentir
Nascer pronto,sem zigoto
Jurei não ficar,nem partir
Tornei-me ferro,tornei-me fogo

Mais cedo caí do céu,
Mais tarde caí ao mar
O motivo tão infiel,
Tornei-me só nem nenhum par

Asas decepadas,comidas
Molestadas,por alguém
Cicatrizes omitidas
Era eu,e nada além

Nem mesmo a tua face
Nem mesmo teus poros
Gemiam eles,se eu tocasse
Tornou-se luz teus olhos

Tornei-me podre,tornei-me fogo
Tornei-me só,e nada além
Agora,agradeço,pago e rogo
Pois você me tem,amor também.


(Tiago Don)


voltar última atualização: 03/08/2010
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