A Garganta da Serpente

Tiago Don

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Ao inimigo meu

Ao inimigo meu,meu temor,meu ódio,
Lhe infectei com a fome,não morre
Planta,colhe,come e mata minha peste;
Ao inimigo meu,minha pedra,meu tumor
Lhe infectei com a sede,não morre
Cava o solo,faz brotar água,mata minha peste
Ao inimigo meu,pesadelo,repulsa
Lhe infectei com deficiência,não morre
Sem braço,sem perna,vive,sonha e sonha;
Ao inimigo meu,minha chaga,ladino
Lhe infectei com a morte,não morre
Paginas ele escreveu,poemas,vida eterna
O que lhe mata,simplesmente não...morre!
Ah! Ao inimigo meu lhe dei um amor,
Um par de olhos que olhasse,
Uma pele que tocasse,
Alguém lhe ouvisse em "eu te amo"
Tirei teu amor,teus olhos ,corpo,ouvidos,
A presença da ausência dela se fez,
Não sobrou nada do inimigo meu,
Amor perdido destrói...qualquer um...


(Tiago Don)


voltar última atualização: 03/08/2010
9620 visitas desde 14/06/2010

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente