Ser punk é demais!
Cabelos vermelhos e voltados pro alto,
A rebeldia á flor da pele, nada o satisfaz.
Nos braços carrega
Pulseiras e metais.
Teus olhos vermelhos quase não enxergam mais.
Segue teus amigos, onde quer que eles vão.
Fuma, cheira, bebe, consome, a vida não te importa não.
O povo te olha, te deixando com raiva,
Mas é isso o que tu queres, ser atenção para as mulheres.
A roupa rasgada, com pedaços remendados,
Teus brincos escondidos no teu cabelo pintado.
Ser punk é demais! Não se preocupa com nada,
Anda bonito, vaga pela madrugada.
Cemitérios, praças, pontes são tua casa.
O resto é festa, solvente e balada.
Acorda garoto! Não é isso o que tu é,
Lembra de quanto teus irmãos já sofreram,
Brigaram, berram, rasgaram, morreram.
O movimento tem história, que nem todos conhecem.
Mas ser punk é ter honra,
Enquanto os outros esvaecem.
Ser punk é ter compromisso,
Revolução e cultura são o que toca no disco.
Levanta garoto, ser punk é especial.
Precisa ter garra e ser social,
O sistema te fez maluco e nocivo,
Você aceitou te tratarem como bicho,
Teu sangue ferve quente, estoura explosivo,
Não aceita de novo ser tratado como lixo.
Levanta garoto! Veste a roupa de chumbo.
Pega tuas pulseiras, jaquetas e faixas,
E corre para praça, chama todos vagabundos.
Vagabundos para o sistema, que estão na favela.
Acorda tua rebeldia que teu povo te espera,
Não precisa ter líder, mas tem que ter fundamento.
Levanta as faixas e bandeiras pro vento,
Levanta teu cabelo, com muito sabão Gaúcho.
O resto é besteira, joga fora o cartucho.
Tua arma é tua palavra,
Teu corpo é tua mente.
Palavras de paz, com igualdade se faz.
Joga fora o solvente, que é o tempo da gente,
Vai começar a batalha, vocês mexeram com a fera,
Levanta garoto, que o Sol não espera,
Ser punk é demais! Não se preocupa com nada.
Mete a cara no mundo, pra não ser espancada.
(Tiago Souza)
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