A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

OS DEUSES ESTÃO NAS PAREDES

Os deuses estão nas paredes,
Impregnados de britas
Contrariados de pedras.

Carregam adagas
E o sangue que desce dos cortes
Endurecem as asas daqueles
Que um dia foram anjos.

As asas dos deuses
Serão as adagas de Deus?
Seriam os loucos, homens
Que perderam o direito de serem anjos
Ou anjos que perderam o direito
De serem homens?

Os deuses estão nas paredes
Sacrificados de espanto
Mumificados de medo.

Choram ao som de uma gaita-blues,
Hesitantes de bits,
Marcada de iPods.

Os deuses estão nas paredes
Superlotados de crimes,
Apupados de desejos.

Rastejam melancólicos
Cobrando o olimpo empoeirado
Pela utopia da inútil esperança.

Os deuses estão nas paredes
Mitificados de silêncios,
Arrasados pela grandeza perdida.

Seriam os deuses anjos
Tentando restaurar seu domínio
No mundo dos homens?


(Tom)


voltar última atualização: 07/08/2007
53455 visitas desde 26/05/2007

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente