A Garganta da Serpente

Túlio Rey

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Sou apenas um jumento

Lá vou eu de novo,
O pobre jumento,
carregando o fardo do meu senhor
Fardo pesado, fardo nojento
Que sob sol e vento levo com amor
Sou um pobre coitado,
sem canto, sem lado
vivendo bitolado
num celeiro quadrado
Quando ando no mundo
Sou vigiado
E levo porrada se faço algo errado

Que sina essa minha de viver assim
Um escravo do escravo, que vive massacrado
Mas se esse é meu destino assim tenho que cumprir
Acordar junto com sol, e outra vez ter que partir
Pro trabalho que me foi imposto desde o nascimento
No entanto lhe pergunto:
- Por que me tratam então tão mal??
Se sou eu quem levo e trago o sustento do meu senhor?
Taí mais uma coisa que não entendo nesse mundo "hominal"
Onde quem faz nada ganha o lucro e quem faz tudo se da mal.
Espero ter uma resposta, quando meu Deus quiser
No entanto agora tenho que ir, pois chegou mas um trabalho
mas um fardo para mim.
Pobre de mim que não sou homem, para poder reclamar
Diria que é errado, assim me maltratar
Mas no fim fico calado gritando no pensamento
Pois o mundo é dos homens e sou apenas um jumento.

(19:51-28/05/03)


(Túlio Rey)


voltar última atualização: 29/11/2005
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