A Garganta da Serpente

Túlio Rey

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Memórias A Beira Da Morte

Despertei outra vez
Meu peito não mais sangrava
Esperei outra vez
sentir a dor que me espetava
Mas não sentia nada
nem o frio, nem o fogo
nem o tudo

Procurei saber onde estava
No meio da escuridão
Dentro de uma caixa
Dentro do meu caixão
O ar agora me faltava
O corpo então agonizava
E enfim eu vi a luz

Minhas pernas não mexiam
Os meus lábios não gemiam
Não sentia mais o mundo
O calor e nem o frio
Vi-me apertado
O meu corpo jovem entrevado
enterrado e distante

Terminou assim minha ultima poesia
que trocou o romantismo
pela eterna agonia
Atirado num abismo
Privado da luz do dia
Enterrado a sete palmos
numa sombria caixa

(29/03/03-21:03)


(Túlio Rey)


voltar última atualização: 29/11/2005
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