ecos de mim mesmo
avesso do mar
o barulho está no raso
raso do mar de mim
que o que vês é apenas aquilo
que podes ver
mas não me é
o que me é fica no fundo
está
o silêncio aquele
ensurdecedor
não podes ouvir
poderás
quem sabe
não assim
achando que no raso
é que vais me encontrar
como um animal a ser caçado
bicho na mira de um veneno
sou sim
uma presa
mas sou presa de mim mesmo.
(Ulisses Borges)
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