Invadir evadindo
O céu é um manto que se estende
Que vai além dos olhos e que hipnotizam
E suas cores seduzem de tal sorte
Que mesmo vivos não tememos a morte
Que não existe como fato, é ato que está além
E que faz parte do todo que vai e entende
Que a vida nunca cessa, não se expande
Nem se extingue: apenas se aprimora.
A vida é uma extensão que invade
E a morte é a vida que se modifica, se evade
E torna-se uma nova porta a ser transposta.
Está ali sempre, parece que inexiste mas apavora:
Falam-lhe à voz pequena, temerosos e atônitos
Como se falassem de coisas proibidas.
Mas que proibição é pior a de negar a ida ao Supremo,
Ao que fez e faz tudo? Como não admitir o melhor
Ainda que venha do que se decompõem?
A vida invade reinos, impérios e nações
De mãos dadas com sua gêmea, a sua antípoda,
A sua sombra....
Não há por que recusar-lhe o convite.
Se somos eternos no espírito, somos pó no invólucro.
Somos muito mais que poeira: somos essência
Que se transforma todos os dias.
Sempre.
(Umberto A. Geneolle)
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