Respeite-nos

É aqui, na entrada do Pantanal
que o rouxinol faz sua morada,
Que se dorme com a sinfonia da passarada;
Que os anjos e duendes fizeram sua morada...

É nesse verde que o céu descansa,
nas tardes boreais com suas águas mansas,
tocando os corações dos ribeirinhos,
onde o sol fez seu caminho.

Se vieres, chegue de mansinho, seja bem vindo!
Aqui verás uma natureza que há muito por ai foi perdida,
temos n'alma anseios e amores mil,
no peito, um coração varonil.

Somos pantaneiros, hospitaleiros, porém, guerreiros;
não nos maltrate, não destrua nossa pureza e nem de nossas matas,
respeite nossa diferença em "ser",
de amar o ar puro, o cheiro do capim molhado...
De emocionarmos com a bicharada que nos visita a casa;

Da cotia que come no quintal debaixo da goiabeira,
do beija-flor que invade nossa casa beijando a floreira,
dos peçonhentos que vivem ao ar livre, não nos fazem mau algum,
como faz o homem da cidade grande;
Ele sim, assalta, estupra e mata;
Deixa n'alma uma dor pior que de uma picada de bicho peçonhento,
nossos animais vivem no seu habitat natural,
sem nos fazer mau...

Quando chegar, trata-nos com carinho...
preserve nosso Pantanal,
chegue suave... de mansinho...
use, usufrua, mas não abuse,
temos praias, cachoeiras, trilhas, águas termais,
infinitos recantos sem iguais.

Quando forem embora leve apenas fotos e boas lembranças
Nenhum couro de jacaré, nem animais silvestres...
Porém, leve seu lixo,
não o jogue em nossos leitos, nem em nossas matas.
Respeite-nos, e, preserve nossa mãe natureza.

Aqui a natureza pulsa viva como vulcão
Ela é o pulmão do mundo, que pulsa e vibra com emoção;
Descansado em paz no verde da densa mata;
nos respeite e nos compreenda,
temos outro modo de ser e viver.

(12/03/04)

(Vanderli Medeiros)