A Garganta da Serpente

Victor Carbone

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Onde Guardo Amor

então eu soube
aqueles olhos eram mesmo a começo de tudo
porque meus desejos iniciaram ali-neles
naqueles olhares quentes
então eu soube: era ele
ele era a porta
era ele o poeta
era o poeta porque dizia-me tudo
dizia-me as horas
e por trás das horas dizia: fica comigo!
então era ele. ele era o poeta.

então eu soube: ele não era somente um par de olhos de poeta,
e poeta
ele também era uma boca
uma boca de poeta
que seria o palco para a estréia de muitos outros desejos
pois logo viria a chave
a taça
os goles
a estrada que nos levaria ao quarto ...
então eu soube: não era tarde.
nem cedo demais.
era exatamente a hora certa: 20 e 45
era noite. tinha lua.
não havia medo
havia timidez

e timidez a gente esconde
e eu escondi
porque era o momento
pronto!
agora sim mostro meu lado direito: Onde guardo amor
então eu soube: esse poeta pode me enlouquecer
então eu soube: Também posso enlouquecê-lo
logo viria a cama
os beijos
roupas no chão
mãos nas minhas mãos
nossas pernas abraçadas e mais beijos
beijos e loucuras de poeta

dois poetas
dos poetas
logo viria a febre
amor


(Victor Carbone)


voltar última atualização: 16/11/2001
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